A República Democrática do Congo (RDC) já contabiliza mais de 18 mil casos de mpox neste ano, além de 615 mortes causadas pela doença. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (26) em Brazzaville pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a abertura da reunião do comitê africano da entidade.

“Há uma preocupação particular com a rápida transmissão da nova variante do vírus que causa a mpox, a variante 1b. No mês passado [em julho], mais de 220 casos dessa variante foram reportados em quatro países vizinhos ao Congo, que não haviam registrado casos da doença até então: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda”, afirmou Tedros.

Tedros também destacou que a nova variante da mpox, 1b, já foi confirmada fora do continente africano, com casos registrados na Suécia e na Tailândia. Segundo ele, os pacientes infectados nesses países tinham histórico de viagem por regiões que enfrentam surtos da doença, embora ele não tenha especificado as localidades exatas.

“No entanto, a variante 1b não é nossa única preocupação. Casos de outras variantes também foram reportados este ano na parte ocidental da RDC, assim como em Camarões, na República Centro-Africana, Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo e África do Sul. É um cenário complexo e dinâmico.”

“Responder a cada um desses surtos e controlá-los exigirá uma resposta internacional complexa e coordenada. Por isso, decidi declarar emergência em saúde pública de importância internacional”, enfatizou Tedros.

Durante a reunião de hoje, o diretor-geral da OMS reafirmou que serão necessários US$ 135 milhões nos próximos seis meses para implementar um plano de resposta eficaz contra a disseminação da doença. Esse valor já havia sido anunciado na semana passada em uma reunião com os estados-membros da OMS.

Tedros também informou que, na última sexta-feira (23), a OMS recebeu informações cruciais de um dos fabricantes para analisar mais uma possível vacina contra a mpox. “Esperamos ter uma lista de doses para uso emergencial nas próximas três semanas”, destacou.

Ele acrescentou: “Estou confiante de que, por meio da liderança coordenada dos países afetados e do apoio da OMS em todos os seus níveis, juntamente com parceiros como o CDC África [Centro de Controle e Prevenção de Doenças], podemos controlar rapidamente essa epidemia, assim como fizemos com vários outros surtos em anos recentes. Aprendemos lições valiosas por meio de nossas experiências com ebola, covid-19 e outras doenças”, concluiu.

Da Redação