O Ministério da Saúde tomou uma nova medida ao recomendar o uso de testes rápidos para o diagnóstico e confirmação de casos de dengue. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, anunciou a elaboração de uma nota técnica para orientar estados e municípios sobre a implementação desses testes.
“Já iniciamos a aquisição para distribuição”, afirmou Ethel em uma coletiva de imprensa. Ela ressaltou que outros testes para detecção da dengue, como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de covid-19, são mais sensíveis na detecção do vírus. No entanto, diante do aumento significativo de casos de dengue no país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar o uso de testes rápidos para diagnóstico, com orientações precisas aos profissionais de saúde das redes estaduais e municipais.
Segundo a coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública, Marília Santini, o teste rápido recomendado pelo ministério deve ser realizado entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, período em que a maioria dos pacientes procura atendimento médico. Mesmo em casos de resultado negativo, o paciente deve continuar sendo monitorado, e medidas estratégicas, como a hiper-hidratação, devem ser adotadas.
Marília enfatizou que, para casos graves e mortes suspeitas por dengue, a recomendação continua sendo a realização de exames laboratoriais, e não dos testes rápidos, devido às limitações destes, como a incapacidade de identificar o sorotipo específico de dengue responsável pelo agravamento do quadro clínico ou óbito do paciente.
Teste de autodiagnóstico
Marília também revelou que estão em andamento negociações com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização de autotestes de dengue no Brasil. Essa informação foi adiantada pelo diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, em uma entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Tivemos duas reuniões com a Anvisa”, disse Marília, explicando que o teste rápido e o autoteste são essencialmente o mesmo dispositivo, sendo que o primeiro é realizado por um profissional de saúde e o segundo pelo próprio paciente.
No entanto, Marília ressaltou que, ao contrário do contexto da covid-19, em que o autoteste contribui para interromper a transmissão do vírus por meio do isolamento, o autoteste de dengue não tem esse impacto, já que a doença é transmitida exclusivamente pela picada do mosquito Aedes aegypti. “Estamos apenas começando uma discussão técnica sobre isso.”
Da Redação